Por Daniel Medeiros
Da Folha de Pernambuco
As polêmicas entre shows e o meio político pernambucano voltaram à tona ontem. Depois da denúncia sobre o custo do show de Wesley Safadão nas festividades juninas no município de Caruaru, um áudio gravado pelo Whatsapp, por um homem que se identifica como o cantor pernambucano André Rio, denuncia uma suposta cobrança de propina para contratação no São João do Governo do Estado.
Da Folha de Pernambuco
As polêmicas entre shows e o meio político pernambucano voltaram à tona ontem. Depois da denúncia sobre o custo do show de Wesley Safadão nas festividades juninas no município de Caruaru, um áudio gravado pelo Whatsapp, por um homem que se identifica como o cantor pernambucano André Rio, denuncia uma suposta cobrança de propina para contratação no São João do Governo do Estado.
O áudio divulgado faz críticas ao
procedimento da Empetur e da Fundarpe na contratação de shows para artistas
locais. O homem, que se identifica como André Rio, refuta o “coronelismo”
instalado no meio artístico.
“Me ofereceram quatro shows na
Empetur e mais dois na Fundarpe. Acontece o seguinte: eu teria que deixar
metade do meu cachê de comissão (…) É um absurdo. Eles chegam de última hora,
oferecem uma cidade longe, pegam o cachê e dizem que tem que deixar metade de
bola para as pessoas que dirigem estes órgãos”, diz o artista no áudio, que foi
repassado pelo celular da irmã do cantor, Carla, e no qual André Rio revela ter
recusado a oferta.
Procurado pela Folha de Pernambuco, o músico não foi encontrado para
dar mais detalhes sobre o caso. A gravação foi publicada na noite da
terça-feira (22), em um grupo criado por artistas e produtores locais com o
intuito de discutir a política cultural em Pernambuco.
O músico Silvério Pessoa também não
está na programação junina organizada pelo Governo do Estado neste ano. De
acordo com ele, denúncias como a que foi feita por André Rio são constantes no
meio artístico local. “A gente fica sabendo, até por meio da Imprensa, que isso
acontece há bastante tempo. Felizmente, eu e minha equipe sempre passamos longe
dessas negociações escusas”, ressalta o carpinense, que se apresentará no São
João do Recife, hoje, às 21h, em Campo Grande.
O forrozeiro Josildo Sá diz que foi
contratado há uma semana. “Só posso falar por mim. Ninguém me pediu bola, os
cachês serão meus, completamente”, conta. Ele se apresentou nesta quinta-feira,
em Gravatá e Vitória do Santo Antão, pela Empetur; e ainda fará show neste
sábado, em Capoeiras, pela Fundarpe.
“Tenho uma empresa, chamada Samba de
Latada, e é através dela que meus shows são feitos”, completa.
Para Josildo, este ano o cenário
mudou, com os forrozeiros tocando menos e a invasão das músicas de fora. “Estes
artistas vêm com o poder financeiro muito forte. As Prefeituras gostam de botar
mais gente na rua, os cantores que estão mais na mídia, mas não culpo o
(Wesley) Safadão. Quem não queria estar no lugar dele?”, dispara o cantor,
ressaltando que falta aos governos cuidar de problemas com a saúde, educação e
limpeza das cidades.
De acordo com Josildo, o áudio de
André Rio foi publicado no grupo de Whatsapp “Artistas Unidos por Pernambuco”.
Outros artistas, como o sanfoneiro Cezzinha, também se manifestaram em áudio.
As polêmicas sobre a relação de shows
com a política não são novidade no Estado. Em 2014, o pagamento de eventos a
partir de emendas parlamentares, realizado pela Assembleia Legislativa em
Pernambuco, acabou sendo denunciado a Justiça. O Ministério Público até abriu
investigação sobre o caso. Neste ano, depois de muitas denúncias, a Casa
Joaquim Nabuco promulgou projeto de lei que obriga a colocação de placas
informativas sobre os gastos públicos com o evento.
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